LOGAN | CRÍTICA

Classificação:
Nota Surpreendente

Pôster do filme LoganPor Andrey Kuns 

Muito esperado como uma redenção, o projeto que fecha o trabalho de Hugh Jackman no papel de Wolverine finalmente está chegando aos cinemas. E assim, após um primeiro filme solo ruim, com uma sequência mediana, chegamos ao  ano de 2017 com um longa que  apresenta uma fórmula completamente diferente. E a mudança do nome deixa isso claro, com Logan sendo o título que apresenta uma mudança completa na fórmula de heróis conhecida até aqui.

A trama mostra momentos diferentes do personagem, com a instabilidade dos seus poderes sendo o foco principal para os seus acontecimentos. Aqui, após deixar de ser “diferente”, o fardo de todos os anos vividos começam a pesar sobre as costas do personagem. Por acaso, o mesmo então aproveita os acontecimentos como uma aposentadoria tranquila e feliz, tentando viver o mais normal possível enquanto tem que cuidar de um Professor Xavier debilitado. Entretanto, o destino  sempre age de alguma forma em mudanças na sua vida. E assim, logo uma jovem aparece para mudar mais uma vez a sua visão de vida.

Com todos estes aspectos citados, logo fica claro que Logan possuí uma trama bem amarrada, não perdendo tempo com cenas desnecessárias para a sua evolução. Como poucas vezes visto até o momento no gênero de herói, o seu ritmo é muito bem trabalhado e detalhado no que é necessário para apresentar um conteúdo marcante ao seu público. As motivações dos seus personagens são evidentes dentro da proposta, com cada detalhe das suas problematizações sendo passados ao espectador da forma correta.

Além disso, o longa ainda apresenta uma composição excelente da sua fotografia, direção e trilha sonora. Todas trabalhadas de uma forma estratégica para apenas um fim: apresentar um roteiro complexo, visceral e necessário para o último trabalho de Jackman como o mutante. Para complementar, com a classificação indicativa alta, a aguardada violência já retratada dos quadrinhos pelo mutante finalmente é mostrada na telona.

No meio de todas essas questões uma coisa fica clara: este filme separa o Logan de Wolverine. E isso não se faz em apenas uma ou duas cenas, mas sim ao longo de todo o seu desenvolvimento, ficando evidente que o personagem não tem mais o pique de seus anos áureos, com seus temores e preocupações dobrados. São poucos os sorrisos em tela, com o mesmo passando por uma humanização gigantesca. Tudo isso é mostrado em cada atitude do personagem, incluindo até mesmo o fato de que ele tem que trabalhar arduamente para se sustentar, e trazer um sustento para casa, onde ele esconde uma bomba atômica conhecida como  Charles Xavier.

Por sinal, o outrora mentor dos X-Men também está claramente debilitado. Assim como o mutante de garras, ele também apresenta mudanças. Seus poderes não são mais tão simples de se controlar e entender, enquanto por traz de uma figura com uma doença séria e degenerativa, ele carrega o carma de um ato que mudou o mundo como conhecemos. Este fato não é explicado direito, mas deixa claro que foi de suma importância para os acontecimentos mostrados pela trama. Além disso, o Professor X também serve como uma ultima amarra de Logan ao seu passado. Aquela pessoa que deu uma oportunidade para um lobo selvagem se domesticar e entender o momento que passava.

Seguindo em frente, uma personagem que muitos queriam ver como seria sua aparição é a jovem X-23 (Dafne Keen), que por sua vez tem um dos papéis mais difíceis na produção. Com poucas falas, sua expressão facial e corporal é muito exigida, e pode surpreender a muitos através da capacidade de atuação da jovem. Laura é essencial para ajudar a moldar o protagonista em sua trajetória, sofrendo até mesmo transtornos muito parecidos com o do Logan. Por sinal, estes sintomas se tornam um dos motivos pelo qual ela precisaria encontra-lo. Não só para que ela fosse ajudada neste caminho árduo de se tornar humana, mas também o de encontrar o seu caminho de paz.

A verdade é que através do carinho e atenção dado para cada cena, a longa em questão mostra uma grande redenção de toda a sua equipe para a entrega de um grande filme protagonizado pelo mutante de garras. Realizando assim a vontade de fãs e do próprio ator, a trama em questão é linear, fazendo ainda o drama se sobressair ao gênero de ação. Contudo, tudo isso é feito de forma minuciosa, agradável, mas ao mesmo visceral da forma como apenas o Wolverine merece.

E assim, mesmo com a pressão midiática e dos fãs, a produção então consegue se sobressair e ao inicio dos créditos nos deixa com um gostinho de satisfação e a vontade de querer assisti-lá novamente.

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