ESQUADRÃO SUICIDA | CRÍTICA

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ESQUADRÃO SUICIDA | CRÍTICA

Esquadrão Suicida criticaA expansão do Universo Cinematográfico da DC Comics continua ganhando aos poucos os seus novos capítulos. Com um calendário bem definido para os próximos anos, os seus projetos vão ficando cada vez mais em destaque na mídia através de campanhas promocionais gigantescas e muitas entrevistas com os seus contratados. E assim, antes de seguir para o filme solo da Mulher-Maravilha, e meses após Batman vs Superman – A Origem da Justiça, agora finalmente chegou a vez dos vilões ganharem o seu espaço na tela grande com Esquadrão Suicida.

A trama é ambientada após os acontecimentos do filme que que foi responsável por iniciar a união dos três maiores heróis da DC Comics, contando até mesmo com um pequeno trecho do enterro do Superman. Pensando nesses acontecimentos e destacando o perigo que pode ser representado pelos meta-humanos, a diretora da ARGUS, Amanda Waller (Viola Davis), apresenta o projeto da Força Tarefa-X. Pouco tempo após o programa ser aprovado, logo surge a necessidade de utilizar esse grupo de vilões para interromper os caóticos acontecimentos que tomaram conta de Midway City.

Duas grandes questões seguem a produção e sua proposta desde o início: roteiro e edição. Tudo parecia bem estabelecido das cenas, com as apresentações dos personagens sendo feitas não de forma profunda, mas rápida e sem enrolações. Entretanto, logo também passa a ser possível notar com seu desenvolvimento que existem problemas claros nos bastidores da Warner Bros. Pictures, já que claramente existe uma oscilação de tom ao longo dessa caminhada.

A direção de David Ayer até funciona em certos momentos, com momentos de interações necessárias entre os personagens, com a busca por um aprofundamento ao longo das cenas através de flashbacks, mas é a edição a grande vilã do que acontece na tela. E ela começa a tomar conta desses detalhes exatamente após os 20, 30 primeiros minutos dos acontecimentos. A fotografia, assim como o design, por sua vez, trazem algo para o universo DC que era ausente e contexto de reclamações: as cores.

Já quando  o assunto são os personagens, todos os aspectos ficam mais interessantes dentro desse contexto. Como comentado em entrevistas, o Pistoleiro, interpretado por Will Smith, tem claramente a intenção de ser o protagonista dos acontecimentos. O filme é iniciado pelo mesmo, com suas motivações sendo apresentadas, com ele ganhando destaque e tendo a liderança do grupo. Entretanto, quem rouba a cena é Margot Robbie. A atriz conseguiu capturar a essência da Arlequina de uma forma absurda, pegando cada um dos seus trejeitos e apresentando até mesmo as suas vulnerabilidades em certos momentos.

Para fechar o trio de grandes personagens, temos Viola Davis no papel de Amanda Waller. A atriz conseguiu chamar atenção também por aproveitar os aspectos fortes da sua personagem, já que eles são bem apresentados ao público. É o típico nome que utiliza quaisquer meios para chegar ao fim. Obviamente, os outros nomes também tem os seus espaços, mas esses três certamente são centrais dentro das questões envolvendo o Esquadrão.

Para finalizar, em um outro lado da moeda, como um dos seus vilões, temos o ainda não menos importante Coringa, interpretado por Jared Leto. E esse aqui é um dos problemas da trama. Não por ser uma atuação ruim de Leto, que faz uma versão completamente diferente do palhaço do crime, mas por ser claramente sofrido com as mudanças que ocorreram e não sendo explorado da forma certa. A verdade é que não era necessário um segundo vilão para tudo isso, já que o mesmo poderia apresentar um bom plot através de algumas mudanças no contexto. Aqui, ele acabou aparecendo apenas para contextualizar a Arlequina e sua relação abusiva com a mesma. Fica o gosto de quero mais para o futuro.

A verdade é que a busca por tramas gigantescas e uma mudança de tom que não tinha porque existir acabaram prejudicando o desenvolvimento do Esquadrão Suicida em vários aspectos. Se um tom apenas tivesse sido mantido, provavelmente seria um filme aclamado. Mas o medo e a covardia da Warner Bros. Pictures em seguir um caminho que causaria estranheza para alguns, mas um bom sentimento para outros atrapalhou o seu desenvolvimento. Não era necessário uma situação megalomaníaca com seres bizarros para mostrar o grupo em uma missão, mas sim um perigo eminente. E isso poderia ter sido feito de muitas outras formas.

No final, a sorte do estúdio é mesmo por ter David Ayer atrás das câmeras e um elenco competente em seus personagens, que acabaram por salvar tudo o que poderia ter dado errado. O tom oscila, vai destoando de momentos, mas os nomes que vão aparecendo na tela conseguem ganhar o espectador aos poucos. As tiradas são interessantes, apresentando surpresas como o Capitão Bumerangue, mas o tom piegas ao seu final e a sua busca por grandiosidade não conseguiram ser completamente omitidos. E mesmo assim, vale ir ao cinema ver o grupo de vilões na tela grande.

Amante de filmes, séries e games, criou o Jornada Geek em 2011. Em 2012 se formou em Jornalismo pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF), e a partir de então passou a fazer cursos com foco em uma especialização em SEO. Atualmente é responsável por desenvolver conteúdos diários para o site com focos em textos originais e notícias sobre as produções em andamento. Considera Sons of Anarchy algo inesquecível ao lado de 24 Horas, Vikings e The Big Bang Theory. Espera ansioso por qualquer filme de herói, conseguindo viver em um mundo em que você possa amar Marvel e DC ao mesmo tempo.