ANGRY BIRDS – O FILME | CRÍTICA

Classificação:
Bom

Angry Birds posterÉ impressionante ver como no mundo cinematográfico, em Hollywood em especial, tudo está propenso a ganhar sua versão nas telonas. Livros, games, contos, notícias de jornal, e por aí vai, que se destacam acabam por irem parar na pauta de algum grande estúdio. Agora chegou a vez de Angry Birds, uma das maiores e mais adoradas franquias do mundo do entretenimento (games, brinquedos, etc, etc, etc) ganhar sua versão de cinema, apostando na simpatia e no humor para, quem sabe, se tornar uma franquia bem-sucedida também em Hollywood.

A trama conta a história de três pássaros amigos, Red, Chuck e Bomba, que vivem no pacífico paraíso das aves que não voam. Red tem sérios problemas para controlar seu estresse e acaba destoando do resto dos moradores da comunidade. Certo dia chegam à ilha uma turma de porcos liderados por Leonard, aparentemente amistosos e gentis. Porém, Red e seus amigos não confiam nos visitantes e vão tentar descobrir sua verdadeira intenção.

Talvez o fato de os roteiristas Jon Vitti e John Cohen terem definido seu roteiro direcionado estritamente ao público juvenil deixou Angry Birds – O filme, um obra que se põe em seu lugar. Visivelmente explora ao máximo seus personagens, tendo-se em conta que já povoam o imaginário do seu público por estar presente na hipermídia em diversas formas. A curiosidade para se descobrir como eles ficariam personificados na telona deu ao filme um tom de ineditismo interessante, pois, mesmo estando presente em várias áreas do mundo do entretenimento, é uma história a ser criada do zero, com inúmeras possibilidades.

O roteiro se apresenta leve, com piadas pontuais e gags histriônicas, já que o fato de Red ser uma ave estressada em um mundo de alegria cria situações impagáveis. Existe, ainda que de forma rasa e bem menos subjetiva de crítica aos costumes contemporâneos, e a escravização da sociedade às redes sócias (curiosamente aquilo que lhes deu maior fama). Ainda assim, o teor é bem inocente, direcionado ao divertimento. Deixem as melancolias para a Disney/Pixar né?

Os traços dos desenhos são de ótima qualidade e mantêm as características dos personagens da mesma forma que nos acostumamos a ver na telinha do celular. É tudo multicolorido, e com um ritmo um tanto frenético, isso pode até ser um problema para crianças menores. Quando os acontecimentos correm para o desfecho, aí sim aqueles que gostam de verdade de Angry Birds vão adorar. Aves são atiradas de estilingues gigantes, porcos são exterminados, casas derrubadas e um tom non-sense invade o filme, que apesar de tudo, mantém sua graça, até o fim.

Fica evidente que a intenção da Sony Pictures é tornar Angry Birds – O Filme uma franquia do ramo das animações, assim como já é em praticamente todas as mídias. Resta saber se os prováveis próximos filmes conseguirão ter ao menos a diversão de qualidade que este alcançou. Caso consigam, será muito bem vindo.