THE WALKING DEAD: A NEW FRONTIER | Acima da Lei

Nota do editor: Como The Walking Dead: The Telltale Series – A New Frontier será dividido em cinco episódios, o Jornada Geek vai publicar reviews individuais de cada capítulo, com exceção dos dois primeiros, que foram lançados juntos. Não iremos atribuir notas individuais para cada capítulo, deixando para o texto do último episódio uma avaliação completa do jogo. Por se tratar de um jogo episódico, essa review contém spoilers que podem estragar a experiência do jogador. Leia por conta e risco!

THE WALKING DEAD: A NEW FRONTIER | Acima da Lei

The Walking Dead: A New Frontier chega a seu terceiro episódio, chamado Acima da Lei. Continuando os acontecimentos da última dobradinha de episódios (leia aqui a crítica dos dois primeiros episódios), vemos em primeira mão o que acontece quando Javi descobre que eu irmão David, além de ainda estar vivo, é um dos líderes da Nova Fronteira.

Esse é um episódio que não tem grandes acontecimentos, mas faz um trabalho honesto para manter a bola em jogo e as coisas andando para frente. Vamos ver um pouco mais agora, em mais uma análise de Jornada Geek.

Uma surpresa pouco surpreendente

O fato de David estar vivo não é tão surpreendente se você tiver prestado atenção em como Javi foi desenvolvido ao longo dos dois primeiros episódios. Ele estava, pouco a pouco, tomando o lugar do irmão e nunca teve a confirmação de que este estava morto. Em jogos e séries, é uma grande maneira de inferirmos que alguém não foi pro caixão de verdade. Mas, previsível que seja, foi um bom final que pavimentou um caminho interessante para nossos heróis percorrerem nesse novo capítulo.

Como nos episódios anteriores, começamos com mais um flashback. Dessa vez, vemos um pouco sobre como as coisas eram no começo do apocalipse zumbi, como os suprimentos eram escaços e como os Garcia se mantinham vivos. Além disso, pudemos ver um pouco mais sobre o que motivou Javi, Kate e as crianças a cair na estrada e deixar a segurança do lar para trás. Flashbacks não são sempre um recurso narrativo decente, mas até que estão sendo bem aplicados até o momento. Desenvolvem o cenário, os personagens, motivações e não são usados demais.

Outra coisa interessante é que cada personagem tem algo para fazer nesse capítulo. Ainda que uns tenham menos que os outros. Um de meus problemas com a temporada anterior é que muitos apenas “estavam lá”, sem fazer muita diferença. Felizmente, é um ponto fraco que a Telltale sacou e corrigiu nessa nova fase.

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Salvando o dia mais uma vez. (Fonte: Reprodução).

Traições e chantagens

Uma coisa legal é que eles mudaram o estilo narrativo para lidar com os grupos rivais. Por exemplo, o grupo de Carver na segunda temporada era ambíguo, em um primeiro momento. Assim como os canibais da fazenda St. John na primeira temporada. Em The Walking Dead: A New Frontier vemos de cara que a Nova Fronteira não é um grupo tão amigável quanto parece. Isso é algo bom pois foge do lugar comum, ainda que seja o terceiro grupo antagonista em três temporadas da série de jogos.

Em alguns momentos, eu realmente me senti vendo uma boa e velha novela mexicana, e digo isso da melhor maneira possível! Intrigas familiares, irmãos amando a mesma mulher, traições, descobertas. Nada é super original, mas consegue prender a atenção por toda duração do capítulo. Ajuda muito também que os momentos de tensão e calmaria são bem salpicados ao longo da experiência, o que faz com que o compasso seja acertado e não fiquemos nenhum momento muito relaxados ou muito tensos.

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Decisões difíceis, resultados inesperados. (Fonte: Reprodução).

O irmão chato

O episódio teve algumas cenas de ação boas, mas em sua maioria se destinou a montar o palco para os conflitos mais pesados que devem ocorrer nos últimos episódios. Tivemos escolhas para fazer que podem ter consequências mais a frente. Aprendemos mais sobre os antagonistas e David, irmão do protagonista. Achei estranho como o jogo tende a nos aproximar dele mesmo lembrando, quase que toda hora, que ele é um babaca de marca maior. Ele não faz nada para aliviar o lado de Javi e todos os momentos em que está em cena são tensos.

Parece que ele foi colocado mais para ser um contraponto à disposição e leveza do Javi, funcionando quase que como um oposto. É interessante de ver, mas gostaria que tivéssemos mais opções para nos afastarmos dele ou deixar com que se virasse sozinho.

Já a Clementine, mais uma vez, rouba a cena como personagem de suporte. A Telltale está acertando uma após a outra com ela. Mesmo sendo uma NPC na maioria das cenas, ela consegue ter presença e personalidade. É ótimo que esteja sendo assim, e espero que continue nos próximos capítulos.

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Roubando a cena desde sempre. (Fonte: Reprodução)

Conclusão

Acima da lei foi um “meio de temporada” decente para The Walking Dead: A New Frontier. Tivemos desenvolvimentos, aprendemos mais sobre a Nova Fronteira. Vimos como é a vida em Richmond. O caminho está feito para as coisas começarem a esquentar conforme a temporada se aproxima do final.

Não irei entrar em pormenores da jogabilidade, bugs e afins pois não é necessário. Por ser episódico dentro de uma mesma temporada, todas as observações da minha primeira análise podem ser aplicadas aqui também.

The Walking Dead: A New Frontier está indo em um bom caminho, e pode estar se tornando um dos melhores jogos da Telltale até hoje. Atrás apenas, talvez, do excepcional The Wolf Among Us.

*Review elaborado usando a versão de PS4 do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.