MOMODORA: REVERIE UNDER THE MOONLIGHT | Os melhores indies vem nos menores frascos

Olha o Brasil fazendo bonito! Momodora: Reverie Under The Moonlight é um game criado por um desenvolvedor brasuca chamado Guilherme “rdein” Martins. Ele está dentro do gênero metroidvania, popularizado pelo eterno Castlevania: Symphony of the Night. Mas, o que diabos seria isso? Esse é um gênero 2D focado em exploração de mapas que possuem caminhos secretos que só podem ser acessados após ganharmos habilidades específicas como pulo duplo, por exemplo. É um gênero que está em falta hoje em dia, e que eu adoro.

Será Momodora: Reverie Under The Moonlight vai agradar os fãs desse estilo de jogo? Vamos ver agora, em mais uma crítica do Jornada Geek.

A jornada da sacerdotisa

A trama de  Momodora: Reverie Under The Moonlight não é nada que nunca tenhamos visto antes. Jogamos com Kaho, que foi incumbida de dispersar uma maldição que assola seu vilarejo. Para isso, ela deverá explorar florestas, castelos, cidades amaldiçoadas e uma série de outros cenários em busca da solução para este problema. A trama se foca na cidade, e castelo, de Karst, onde vive uma rainha que pode ser o ponto chave da questão.

Nada de muito inovador aqui, mas a trama funciona, principalmente porque é apresentada de uma maneira muito legal, parecida com o que vemos na série Souls. Aqui, não temos cutscenes, ou animações. As informações são repassadas por npcs e pelos próprios cenários, o que achei bem legal. O lado ruim disso é que se passarmos batidos por algum personagem, ou não formos atentos, podemos acabar ficando sem entender o que está se passando com a história.

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Um ótimo lugar para se viver. (Fonte: Reprodução)

Aparências

O estilo visual de Momodora: Reverie Under The Moonlight é muito agradável aos olhos. Os personagens possuem sprites bem montadas, limpas, e realmente bonitas de se ver. Além disso, o game possui uma série de detalhes que não vemos sempre em games com esse estilo. Reflexos na água, efeitos de folhas quando batemos e pulamos, entre outros.

E temos, também, o design dos chefes. Eu achei muito bem feito, e alguns são realmente legais de se ver. Temos bruxas gigantes, centopeias e muito mais. Chefes memoráveis são um ponto essencial do estilo metroidvania, a meu ver, e nisso esse game acertou em cheio.

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Uma das chefes mais legais do jogo. (Fonte: Reprodução)

Sons e músicas

Infelizmente, a trilha sonora de Momodora: Reverie Under The Moonlight não é nada para se elogiar. Algumas músicas são boas, mas a maioria não tem impacto, ou simplesmente não existe. Por muitas vezes eu segui jogando sem nenhuma música de background, porque ou não havia uma para começar ou ela parava de se repetir após um tempo. Não mata a experiência, mas ajudaria horrores para aumentar o charme e imersão do título.

Os sons de combate e “fala” dos personagens estão dentro do padrão que eu esperava, e me agradaram. Eles funcionam para dar impacto aos golpes e fazer o mundo se sentir vivo, e cumprem bem seu papel.

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A história é contada com essas pequenas conversas. (Fonte: Divulgação)

Jogabilidade

Vamos ao que interessa! O jogo é muito bom de controlar e jogar. Os comandos são responsivos, e os ataques são bem animados. Cada golpe tem um peso, e realmente sentimos o tranco quando acertamos o combo completo em um inimigo. Ao fim de cada ataque forte eles ficam atordoados, o que ajuda a seguir o fluxo do combate e é peça essencial da estratégia de jogo em dificuldades maiores. Temos também um arco para ataques de longa distância, uma folha mágica para curta, e itens de cura. Mais para frente conquistamos outras habilidades, como um dash, que aumentam ainda mais as possibilidades e estratégias em combate.

E vamos precisar, porque o jogo é bem difícil. Mesmo no normal, os inimigos dão um dano considerável, e podem nos matar com apenas um ataque em certas vezes. O jogo bebe mais uma vez da série Souls, sendo difícil sem ser injusto. Vamos morrer, sim, mas a cada vez ficamos mais sagazes e confortáveis com a dança do combate. Cada vez vamos aprendendo mais os padrões de inimigos e chefes para poder chegar à vitória sem sofrimento.

O game possui três níveis de dificuldade, então todos poderão experimentar da maneira que for mais confortável e de acordo com preferências e habilidades.

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Prepare para ver muito essa tela, se for na dificuldade alta. (Fonte: Reprodução)

Conclusão

Momodora: Reverie Under The Moonlight é um jogo muito legal, e possui um nível de replayability até que alto. Ainda que se tempo de duração seja cerca de quatro horas, temos um mapa considerável para explorar, áreas bloqueadas por chaves (não temos de conquistar habilidades para explorar novos lugares, na contramão do gênero) e um final verdadeiro para conseguir. Quem quiser investir tempo vai ter um tanto bom de coisas para fazer aqui.

Esse tempo mais curto trabalha em favor do jogo, também, pois faz ele terminar antes de certos problemas se tornarem mais gritantes. Por exemplo, a trilha sonora que nos deixa na mão ou a repetitividade de inimigos e combates após um certo ponto.

Tudo considerado, Momodora: Reverie Under The Moonlight é um ótimo metroidvania, e é uma pedida essencial para os amantes do gênero. Curiosos e fãs de games em 2D também tem muito o que gostar aqui, e vale a visita. O game está por R$ 30,90 na PSN brasileira, R$ 19,99 na Steam  e R$ 19 na Microsoft Store.

Nota ótimo Momodora: Reverie Under The Moonlight

*Review elaborado usando a versão de PS4 do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.