FIFA 17 | O melhor simulador de futebol já feito

Lançado no Brasil na última terça-feira, 27 de setembro, FIFA 17 chegou e vai entrar para a história como o melhor jogo de futebol virtual já lançado até aqui. Simples e direto. A EA Sports acertou na mão ao criar a mais nova versão do game, desta vez com novidades notáveis (que são muitas!), sendo a principal delas o modo história, diferente daquilo que estávamos acostumado em simuladores de futebol.

Assim como fiz com PES, trarei minhas opiniões, ponto a ponto, daquilo que considero fundamental para um game de futebol ter sucesso, chegando ao já revelado veredito.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Jogabilidade

Sabe aquela correria desenfreada que existia nos últimos dois FIFA’s? Não existe mais. O FIFA 17 está bem mais cadenciado, tornando a experiência de simular uma partida de futebol bastante próxima da realidade. A movimentação, agora com a engine Frostbite, está mais fluída, os toques e o controle de bola mais reais e a física dos chutes e passes cada vez melhor.

O principal fator para o fim da correria foi uma valorização da proteção de corpo. Quando o player utiliza os botões L2/LT (na configuração alternativa, meu caso), seu jogador irá usar e abusar deste recurso. No futebol, é chamado de pivô. Então, aquele atacante grandão, lento, que só servia para cabecear nos FIFA’s anteriores, ganhou uma enorme e justa importância. Afinal, no futebol moderno e seus pontas abertos, exercer essa função é fundamental para o poder ofensivo da equipe.

Esse trabalho de pivô, embora comum para atacantes, trouxe uma nova forma de marcação. Eu, que sempre marquei com R1/RB + X/A, estou me reinventando. Só cercar não terá efetividade e o seu companheiro do R1 não dará o bote se o adversário fazer bem o pivô. Quando dobra a marcação, a defesa deixa mais espaços, principalmente se seus laterais/volantes tiverem maior capacidade ofensiva do que defensiva. Partidas contra a CPU estão mais difíceis por isso. No online, meus primeiros jogos no Temporadas foram árduos e levei algumas goleadas, mas depois que me acertei taticamente e entendi o sistema de jogo, encontrei um equilíbrio.

Outra mudança notável no gameplay foi em relação às bolas paradas, conforme já havia sido mostrado na demo. Nas faltas, você utiliza os dois analógicos do controle, um para escolher o posicionamento do batedor, outro para de fato bater na bola. O sistema de pênaltis mudou e te deu mais controle sobre força e direção do chute, principalmente se estiver com o “modo treinador” ativado (vale ativar só pra cobrar um, ein?) e os escanteios te deram um controle maior para o cabeceador, visto que você mira onde joga a bola e muda o controle para o jogador mais próximo.

Licenciamento

Ponto de discórdia do FIFA quando se trata de campeonato nacional, o jogo trouxe 23 clubes brasileiros para escolher (18 da Série A e 5 da Série B). No entanto, até a publicação desta análise, todos estão com jogadores genéricos, gerando até um desequilíbrio, como a média do lanterninha do Brasileirão 2016, o América-MG, ser maior que a do Atlético-MG, atual colocado e dono de um elenco poderoso.

Por outro lado, quando se trata de ligas internacionais, FIFA 17 dá seu show. A Premier League e a Championship League, 1ª e 2ª divisões inglesas, respectivamente, novamente vieram completas e totalmente licenciadas, com todos os estádios. Com exceção de Corinthians e Flamengo, que são exclusivos do PES, nenhum grande time ficou de fora. Ao todo, são 30 ligas e mais de 650 times! Ponto positivo!

Narração

A narração de Thiago Leifert e Caio Ribeiro não veio com grandes novidades em relação às versões anteriores, mas é mais completa que a de Milton Leite em PES 2017. São mais assuntos comentados ao longo das partidas, há curiosidades sobre jogadores, estádios e ligas que os dois nos revelam enquanto jogamos. Leifert narra gol com mais entusiasmo.

Online

Ponto forte do FIFA nos últimos anos, os modos online mantém o padrão de qualidade que consagraram a série. A maior mudança foi no Pro Clubs, meu modo de jogo favorito, que passou a avaliar o desempenho em campo para a evolução do craque virtual. Não há mais aqueles pré-requisitos de acertar tantas finalizações, completar outras partidas, para evoluir. Mantendo uma sequência de boas partidas, você irá crescer.

A Jornada

Guarde o melhor para o final, não é isso? O modo história de FIFA 17 me deixou com um gostinho de quero mais após a demo e cumpriu as expectativas. A trama tem emoção, um rival inesperado à altura de Alex Hunter e algumas boas horas de diversão.

Você não vai acompanhar Hunter durante toda a sua carreira. Infelizmente, até o momento, a história contempla apenas uma temporada e não dá para continuar depois, como acontece no NBA 2K. Ao término dela, um troféu de ouro pipoca e você ganha uma carta de Hunter para usar no FUT.

Sobre o modo: as cutscenes são muito bem feitas, dando um ar cinematográfico ao game. As decisões que toma fora de campo influenciam diretamente na sua relação com treinador e torcida, então, escolha cautelosamente. O modo peca na impossibilidade de customização de cabelo e chuteira (são apenas duas opções, após conseguir patrocínio) e na inutilidade do salário, visto que não serve pra nada. Seria interessante uma possibilidade de criar o seu jogador, usando o recurso de GameFace, como em tantos RPGs, e jogar a história dele. Quem sabe no FIFA 18?

Veredito

FIFA 17 é um jogo indispensável para os fãs da série. Como há uma disputa ferrenha com os fãs de PES, sugiro que eles ao menos que testem as novidades do jogo e vejam se vão lhe agradar.

Jogabilidade e gráficos estão bem melhores em comparação ao FIFA 16. O modo história é o grande diferencial, e só por ele, já compensa. Lógico que o jogo não é perfeito e tem suas falhas, como o famoso (?) handicap, algumas desconexões inexplicáveis (no PS4, sai do jogo, mas continuei na Party com os amigos), a falta dos jogadores licenciados dos clubes brasileiros, as finalizações da entrada da área que continuam sendo um perigo e etc. Mas não tira o brilho deste FIFA. E, ah, você que gosta de notas, a média é de 84 no Metacritic até o momento.

*Review elaborado usando a versão de PS4 do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.

Jornalista e fã de videogames desde criança. Já teve Mega Drive, Game Boy Color, PS1, PS2, PS3, PS Vita, Nintendo 3DS e agora tem PS4, PSVR e PC Gamer. Para ele, o melhor jogo da história é Chrono Trigger, mas Metal Gear Solid 3, Final Fantasy X, Red Dead Redemption 2 e The Last of Us completam o Top-5.