Nos últimos anos o formato de seriado passou por uma grande evolução. Novos programas surgiram, e alguns deles buscavam uma temática mais adulta. E assim o público conheceu Spartacus, como uma produção ousada, adulta e sangrenta. O programa logo mostrou que não ter medos ou pudores de chocar o seu público, utilizando sua classificação etária sempre que possível. Entretanto, o caminho do projeto logo encontrou dificuldades com o falecimento de Andy Whitfield, intérprete do personagem título. Antes de tal fato, enquanto o ator estava em tratamento uma série spin-off foi desenvolvida, para seguir com o roteiro posteriormente. E assim, com um novo nome, sobrevivendo através de sua trama e um novo astro, chegamos ao capítulo de A Guerra dos Condenados.
Após os eventos anteriores e com um exército formado por milhares de escravos libertos, Spartacus está mais determinado do que nunca a derrotar toda a República Romana. Após a morte de Ashur, Neevia e Crixus agora lutam como se fossem apenas um. E juntos, os rebeldes enfrentam constantes batalhas, uma mais sangrenta que outra, e preparam-se para a tão sonhada guerra total contra Roma. É então que o senado romano então recorre a Marcus Crassus, um afortunado e inteligente político que se recusa a cometer os mesmos erros de seu antecessor. Agora, com Julio Cesar como seu maior aliado, Crassus está determinado a esmagar Spartacus e seu exército. A conclusão épica dos condenados, vai desencadear uma batalha diferente de tudo já visto antes.
É realmente gratificante quando você assiste algo que utiliza a mistura de diversos elementos consagrados. Tal sentimento pode ser compartilhado em Spartacus, que busca inspirações principalmente em Matrix e 300. Sabendo como determinar os momentos certos para usar o slow motion, juntamente com a criação de seus cenários virtuais, a série criou um aspecto diferente. De fato isso é intrigante, já que algumas situações não são perfeitas, parecem grotescas, mas conseguem atender ao propósito, criando também o aspecto de ficção necessário para tudo. Para a fotografia muito acompanhamento dos outros aspectos, mas sabendo o momento certo de brutalizar as imagens com lâminas cortando cabeças e membros, enquanto em outros ela apenas deixa o subentendido para isso. Outra característica que merece ser citada é a excelente trilha sonora, presente principalmente nos momentos das batalhas.
Mas os pontos fortes de Spartacus não param apenas pelas suas questões técnicas. Sabendo também como utilizar o seu roteiro e personagens, a temporada de A Guerra dos Condenados se mostrou eficiente em diversos momentos. O elenco se mostra eficaz em todas as cenas, encarnando um papel e fazendo o espectador torcer ou odiar os mesmos, dependendo do momento. O programa é justo no ponto em que mostra os pontos positivos e negativos de todos, independente do vilão ou herói.
Enquanto isso, Liam McIntyre consegue mais uma vez provar que foi a escolha certa para assumir o protagonista, carregando o nome título de forma impressionante e eficaz, acompanhado por Manu Bennett e Dustin Clare de forma muito interessante, com uma química certa para as ótimas cenas que protagonizam em parceria. Entre as novidades, Simon Merrells, Todd Lasance e Blessing Mokgohloa mostram atuações convincentes, com pontos fortes e fracos nos momentos certos.
Aliás, é trabalhando a humanização que mais uma vez todos os nomes envolvidos ganham destaques importantes, cada um no seu devido momento. Sempre trabalhando o cotidiano de cada nome envolvido, a série mostra desde os momentos de discórdia aos momentos sexuais de cada personagem de forma abrupta e exagerada. Trabalhando isso eles se tornam comuns, mostrando que são apenas nomes lutando por sua vida da forma que acreditam. Personagens evoluem e mudam no decorrer da trama, mas tudo tem o seu tempo extremamente certo para acontecer. As circunstâncias fazem disso possível, mostrando objetividade no tema que está sendo trabalhado a todo momento. Seja no campo de batalha ou nos momentos de calmaria, Spartacus – A Guerra dos Condenados se mostra um programa preparado para o épico em todos os sentidos possíveis. Com uma séries finale forte, sem pudores, fantástica, bela e comovente.
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