Filmes de terror também acabam apresentando suas variações. É claro, os mais conhecidos envolvem assassinos em série sobrenaturais ou exorcismos, mas existem outros títulos que acabam ganhando destaque com o tempo. Locais mal assombrados são cada vez mais constantes, sendo que até personagens já foram alvos de assombrações em algumas abordagens. Entre os destaques mais recentes, Invocação do Mal e Sobrenatural acabaram provando a capacidade de um novo crescimento para propostas com essa temática, levantando bons números de bilheterias e contando com um elenco eficiente. Entretanto, até mesmo com os mais recentes as continuações já se mostram comuns. O primeiro ganhou o seu derivado Annabelle e tem uma continuação direta com data marcada, enquanto o segundo já caminha para seu terceiro capítulo cinematográfico. Agora, dentro da leva recente e não tão famosa, chega a vez de Pesadelos do Passado 2.
Algumas semanas depois que o assassino em série Judas foi exterminado, Kevin Dickey, um agente do FBI, começa a investigar um caso envolvendo crimes que são verdadeiras imitações do criminoso. Logo ele acaba aparecendo à porta de June (Camilla Luddington) falando sobre o assunto, mas também revelando situações que ela não tinha conhecimento sobre o passado de sua família. Ao mesmo tempo, pesadelos começam a atormentar a jovem, nos quais ela se vê no papel do assassino. Procurando manter sua sanidade, ela tenta investigar os eventos por si própria. Mas, não importa o resultado, a verdade será terrível: ou há um verdadeiro mal dentro dela ou algo, ou alguém, está decidido a destruí-la.
Para começar, o contexto do título acaba chamando atenção por não se importar muito com o fato de ser uma continuação. Isso é bem evidente em toda sua divulgação e ainda mais quando o assassino é citado, mas também fica claro que o filme também funciona de maneira solta. O espectador consegue acompanhar a trama, ficando curioso em alguns momentos e podendo assistir o seu original depois. Para completar, a partir da metade da produção passam a existir elementos mais fortes do original, com a introdução até mesmo de personagens. Entretanto, mesmo com tal caminho, o roteiro continua funcionando muito bem. Para a trilha sonora, nada de novo. É o mesmo tom de mistério, seguindo as coordenadas comuns para um projeto que deseja assustar. Enquanto isso, a direção e sua fotografia chamam atenção pela composição dos quadros. Alguns sustos acabam acontecendo por conta da escolha da angulação, mesmo que o clima acabe entregando o que está prestes a acontecer.
Com um roteiro bem centrado, logo os personagens também começam a ganhar seu espaço. A protagonista é sem dúvida alguma o centro da atenção dentro do que é apresentado, com as situações tomando conta exatamente do seu cotidiano. Assustada, sem entender o caminho do que está acontecendo, ela acaba ganhando destaque por buscar informações do passado que não conhecia. É claro que a atuação de Camilla Luddington não é incrível, mas ela pelo menos não interpreta uma jovem insegura. Aliás, até mesmo a presença de Caity Lotz como Annie ajuda nesses aspectos. São duas figuras independentes dentro de um filme de terror, algo que consegue impacto por isso.
A ligação com o passado é um forte aspecto do projeto, sempre ligando a personagem de alguma forma com sua origem. Entretanto, são as mensagens do sobrenatural que acabam criando dúvidas na mente do público, fazendo com que tudo também comece a ser trabalhado em cima de mistérios. Os casos vão se desenrolando com isso, mas as respostas continuam em aberto e chamando cada vez mais atenção também para aqueles que podem acabar revelando a identidade do criminoso em questão. De tal forma, com a presença de Annie, logo o sobrenatural também ganha uma crescente e chama atenção para possíveis descobertas. É aí que tudo começa a ficar mais entendido, quando partes confusas começam a ganhar respostas e ligações, dando novas perspectivas sobre os acontecimentos. Não é um filme perfeito, passa longe disso, mas no aspecto de suspense/terror cumpre com o seu papel e cria grande tensão para a resolução do caso com uma situação não tão esperada. Bom para entretenimento de quem gosta do gênero, mas nada grandioso.
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