Os esportes eletrônicos estão em plena ascensão. Segundo relatório extenso da Newzoo, agência global de marketing especializada nos e-sports, a expectativa é que só em 2019 o setor cresça 15% e atinja o total de mais de 450 milhões de pessoas no mundo todo.
A popularidade é enorme e os números não mentem. Além disso, com o prestígio vem o dinheiro. A expectativa é que em 2021 o faturamento seja o dobro do ocorrido em 2018, ou seja, cerca de US$ 1,65 bilhão em uma única temporada. No entanto, será que os esportes eletrônicos são tão soberanos assim quando comparados com a também grande ascensão dos esportes da mente?
Poker como grande “rival”
Assim como os e-sports, a popularização em massa em nível mundial dos esportes da mente chegaram há pouco tempo. E quais são essas modalidades? Poker, xadrez, bridge, damas e go estão regulados sob a Associação Internacional de Esportes da Mente (IMSA), fundada em 2005 e membro da Associação Geral das Federações Esportivas Internacionais.
Dessas modalidades, o poker é de longe a mais poderosa. Esse chamado esporte da mente movimenta bilhões de dólares todos os anos e vem crescendo a passos largos na internet e nos torneios ao vivo.
Só no Brasil, por exemplo, a Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH), estima que o país já tenha aproximadamente oito milhões de praticantes, o equivalente a população de países como Suíça, Israel e Áustria.
Premiação dos jogadores de elite do poker é maior do que nos esportes eletrônicos
Os famosos jogos de high stakes movimentam muita grana e a natureza do poker faz com que isso tome proporções gigantescas. Como é um esporte da mente em que as pessoas colocam o dinheiro no chamado “pote” para gerar a quantia cobiçada, os torneios mais graúdos contam com premiações exorbitantes.
Atualmente, o maior vencedor em prêmio na história do poker é Justin Bonomo. O americano já conquistou mais de US$ 44 milhões na carreira e está a caminho de chegar na espetacular marca de US$ 50 milhões.
Para se ter uma ideia do tamanho da premiação já conquistada por Bonomo, isso representa 10 vezes mais do que o jogador mais premiado de e-sports — Kuro Takhasomi, conhecido como “KuroKy”.
Claro, vários fatores contribuem para isso. No poker, o jogador não tem um “prazo de validade”. Há competidores que estão na terceira idade e ainda conseguem manter bom nível de competitividade, o que é o oposto dos esportes eletrônicos.
A realidade financeira dos grandes eventos do poker é indiscutivelmente maior e isso vem em rápida ascensão. Para se ter uma ideia, o campeão do último main event da World Series of Poker (maior torneio do mundo) levou para casa US$ 8,8 milhões, valor que vem crescendo ao longo dos anos.
Parte da excelente realidade financeira do poker também se dá pelo fato de que a modalidade é muito receptiva para novos jogadores. Para começar a praticar esse esporte da mente, só é preciso uma conexão estável de internet e um hardware pouco potente.
Além disso, no poker é possível jogar sem gastar um real. Nas cartas, esse é o caso do Replay Poker, site que oferece diferentes tipos de torneios online para o competidor e tudo com bônus gratuitos que fazem com que o jogador comece a jogar grátis.
Já no que diz respeito aos esportes eletrônicos, é preciso ter uma conexão online um pouco melhor, assim como hardware mais potente para aguentar alguns dos jogos modernos.
A popularidade em marketing dos e-sports é indiscutivelmente maior
A natureza das modalidades é totalmente diferente. No poker, uma mesa final pode durar horas e isso não é convidativo para as televisões. Já muitos dos games nos e-sports são bem mais dinâmicos e, portanto, mais populares.
No ano passado, o Mundial de LoL alcançou a incrível marca de 99,6 milhões de espectadores nas transmissões oficiais do jogo final entre Invictus Gaming e Fnatic. A competição aconteceu na Coréia do Sul e atingiu o recorde absoluto de audiência — que era de 80 milhões, conquistado em 2017.
Esse número não é nem de perto alcançado pelas maiores transmissões de poker, visto que o apelo em termos de popularidade é muito maior no lado dos esportes eletrônicos.
Apesar do poker estar crescendo em termos de números de praticantes, o esporte tem uma pegada totalmente diferente que faz com que não haja um potencial tão grande como os esportes eletrônicos em audiência.
Conclusão: poker dá mais dinheiro aos jogadores, mas e-sports ganham em audiência e crescem em maior ritmo
O poker funciona com profissionalismo há muito mais tempo do que nos esportes eletrônicos. O WSOP começou em 1970 e o esporte conta com jogadores milionários há décadas. Portanto, junto com o crescimento ativo do poker na internet com dezenas de milhares de jogadores online, não fica difícil entender a realidade privilegiada em termos financeiros desse esporte da mente.
O crescimento ainda mais avassalador dos esportes eletrônicos, porém, faz com que as projeções sejam extremamente otimistas. Com o mercado atingindo cifras bilionárias e a audiência tão grande a ponto de rivalizar com os esportes tradicionais (como basquete e futebol), parece que é apenas questão de tempo até que os jogadores mais famosos dos esportes eletrônicos se tornem celebridades ainda mais influentes ao ponto de ultrapassar os ganhos dos competidores do poker.
Quando o assunto é responder à pergunta de qual setor cresce mais rápido, os esportes eletrônicos certamente é a resposta correta e o crescimento de audiência em 15% só em 2019 é um dos vários exemplos.
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