TRUQUE DE MESTRE: O 2º ATO | CRÍTICA

Classificação:
Regular

Truque de Mestre 2 posterA “síndrome da continuação” virou um ponto essencial para mover o caça-níquel hollywoodiano, na eterna busca pelos lucros das bilheterias. Muitas das vezes são filmes desnecessários, que apenas se valem do sucesso do seu antecessor. O mais novo produto desta contenda é Truque de Mestre: O Segundo Ato, sequência do filme lançado em 2013, que explora ao máximo seus truques (não de mágica, apenas de edição) para entreter o público. Um filme com visual deslumbrante, mas com um texto frágil e com pouquíssima originalidade.

Depois de ficarem mundialmente famosos ao escaparem do FBI em Truque de Mestre (2013), Daniel Atlas (Jesse Einsenberg), Merritt McKinney (Woody Harrelson) e Jack Wilder (Dave Franco) continuam à serviço do agente do FBI Dylan Rhodes (Mark Ruffalo). Agora eles pretendem desmascarar um jovem gênio da informática em um plano tão grandioso quanto a apresentado no filme anterior. Porém, um inimigo poderoso surge com o intuito de acabar com os Cavaleiros do Apocalipse.

Pode até ser que as traquinagens de Truque de Mestre: Segundo Ato consigam ter o efeito esperado de assombro sobre o público, ainda mais o menos exigentes. Entretanto, se olhar bem de perto ficará evidente que o roteiro de Ed Solomon é uma compilação do que já foi visto, transportado para outro ambiente e outras situações. Piadas prontas, com diálogos rápidos e truques bem elaborados, mas, que extrapolam o limite do aceitável (se é que isso pode ser argumentado em Hollywood).

Na metade da exibição já se é capaz de não se surpreender com a trucagens que possam se suceder, tornando-se assim um filme cansativo, que só terá mesmo a atenção para se descobrir como todo o plano foi arquitetado até ser apresentado no apoteótico final. O maravilhoso mundo da mágica é, na verdade, o que permite que o público se sinta atraído, se permita ser engando, e dá ao filme um aval para seu teor inverossímil.

Um dos fatores que mais tornam o filme um frenesi sem conteúdo é certamente a direção de Jon M. Chu, especialista em videoclipes e documentários do Justin Bieber, que tem uma pegada boa para cenas de impacto visual e edição pesada, mas em nada explora os outros componentes do filme, em especial seus protagonistas. Sim, a guerra de egos entre Atlas e Rhodes poderia ganhar contornos mais interessantes, mas a preferência mesmo é para o teor cômico dos personagens de Harrelson (muito bem, por sinal) e de Lizzy Caplan, que substitui Isla Fischer como o elemento feminino dos Cavaleiros.

O que sobra de Truque de Mestre: O 2º Ato é um entretenimento sem muitas pretensões, nascido da necessidade do vício hollywoodiano de se fazer as tais continuações. Indicado para aqueles que gostaram muito do primeiro e que, assim como o público de um show de mágica, adoram ser enganados.