ANIMAIS FANTÁSTICOS E ONDE HABITAM | CRÍTICA

Por: Karine Sales

Classificação:
Muito bom

animais-fantasticos-e-onde-habitam-poster-criticaApós uma espera de quase cinco anos, o mundo mágico que muitos cresceram acompanhando está de volta. Se você sentiu uma vazio enorme após assistir Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2, em 2011, Animais Fantásticos e onde Habitam veio exatamente para lhe abraçar, acolher e resgatar todos os bons sentimentos que a franquia apresentava.

O filme acontece na década de 1920, cerca 70 anos antes dos acontecimentos da Pedra Filosofal, e já deixa claro que é muito mais que um magizoologista perdido em Nova York com uma mala cheio de criaturas mágicas.

Newt Scamander (Eddie Redmayne) veio pra e expandir a história dos primeiros filmes, ampliando esse rico universo. Começando a trocar sua maleta com um No-Maj, o Jacob Kowalski (No-Maj é “Trouxa” na linguagem dos americanos), ela acaba se abrindo e algumas das criaturas escapam pela cidade, causando uma intensa busca por esses animais. A fuga das criaturas mágicas chama a atenção de Tina (Katherine Waterston), uma ex-Auror do Congresso Mágico dos Estados Unidos da América (MACUSA) e a ponte para o desfecho da história.

Contudo, essa não é a única trama apresentada durante a produção. Logo na primeira, através de várias edições do Profeta Diário, o poderoso bruxo das trevas Grindewald é apresentado ao público como um indicativo de que será mesmo o grande vilão desta saga. Além dele, é mostrado também um grupo extremista contra os bruxos de Nova York, que apesar de desinteressante, no decorrer do filme é fundamental para o seu desenvolvimento.

A magia que sempre fez parte do universo de Harry Potter logo se faz presente, enquanto a trilha sonora sombria dita o ritmo da produção que também está recheada de efeitos visuais muito bem feitos. Tudo isso engrandece mais o universo apresentado, desde um guarda-chuva saindo magicamente da varinha até uma criatura gigantesca devastando a cidade. O cenário de uma Nova York da década de 20 está impecável através trajes, veículos, prédios e muito mais. Tudo realmente trabalhado de uma forma incrível, feito para nos prender em seus ricos detalhes.

Além de toda essa magia, o longa traz novos mascotes para morrermos de fofura e não sentirmos tanta falta de Edwiges e Perebas, a coruja fofa do Harry e o ratinho do Ronnie. Essa maleta cheia de animais resgatados pelo mundo todo, são dois deles que nos chamam mais atenção: o Pelúcio, uma espécie de ornitorrinco que não pode ver nada que brilhe e tenha valor que rapidamente as rouba para si, e o Pickett, um pequenino bicho-pau cheio de ternura, acusado de favoritismo por sempre estar no casaco de Newt.

Por falar no magizoologista, o protagonista vivido por Eddie Redmayne consegue carregar a trama de forma incrível e precisa, se mostrando um personagem a ser evoluído nos próximos títulos da franquia, já que alguns pontos ficaram ficaram em aberto. Entre eles, uma possível conexão de Newt Scamander com Alvo Dumbledore. Enquanto  isso, Jacob Kowalski, interpretado por Dan Fogler, de fato é o personagem que trouxe o alívio cômico que o projeto, com piadas divertidas e que não ficaram com um ar forçado. A irmã de Tina, Queenie Goldstein (Alison Sudol), tem o poder de ler mentes e consegue tirar informações que nem sempre seriam ditas naturalmente.

O elenco que ainda possui Ezra Miller, Colin Farrel, Samantha Morton e Johnny D…(sim, é quem você está pensando), não deixa a desejar, mostrando que todos estão bem nos seus respectivos papeis. Seja por atuações ou grandeza dos personagens, a verdade é que essas questões acabam tornando o roteiro ainda mais enriquecido e interessante.

A  obra, por fim, possui uma narrativa diferente dos longas que estamos acostumados da saga do Harry Potter, pois o universo de Animais Fantásticos e Onde Habitam é intenso, maduro e com muito a ser desenvolvido nos próximos filmes. Existem muitas perguntas a serem respondidas, já que a sua trama deixa um ar de quero mais (muuuuito mais!). E assim, com tudo isso começando a ser apresentando, só nos resta aguardar e agradecer J.K. Rowling por mais uma brilhante ideia e uma nova abordagem deste grande mundo mágico que nos foi apresentado na década de 90.

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